XXVIII exposiçâo dos sócios da ÁRVORE

18/07/2014 a 7/09/2014 No MUSEU SOARES DOS REIS   , Porto

     por Mário Fortunato

     

   

   Descrição dos meus trabalhos:

O Barco Perdido -         Mário Fortunato 2007

Gouache em Papel, 43x30cm

 

Benfica-Porto   - Mário Fortunato 2001

Gouache em Papel, 43x30cm

 

Obrigado pela informação. Conforme prometido visitei o Museu Soares dos Reis e fui indo à procura da Exposição. Encontrei facilmente, o mesmo acontecendo com os teus trabalhos, que se destacam facilmente pois tens um estilo muito original que se realça de imediato no "meio da multidão" (como a foto anexa ilustra). Gostei muito da Exposição em geral e, muito em particular, dos teus trabalhos, que já conhecia mas ao vivo é outra coisa.

 

Parabéns e um grande abraço

JLS

 

Esboços do Benfica-Porto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  XXVIII   Exposição dos sócios da ÁRVORE

     Depois da espectacular XXVII exposiçâo dos sócios da ÁRVORE na Biblioteca ALMEIDA GARRETT , PALÁCIO CRISTAL , Porto , achei que era impossível pedir - ou pelo menos imaginar mais - mas afinal era .

       Mas sinceramente nunca nos melhores dos meus sonhos imaginei expor meus desenhos no SOARES DOS REIS.

     Muitas vezes visitei o Museu SOARES DOS REIS, local onde sentia uma felicidade e tranquilidade ímpares.  Para começar o Edifício, o Palácio das Carrancas é imponente com sua Austera e poderosa escadaria.  Ficou desfavorecido na minha opinião sem a escultura O DESTERRADO do Mestre Soares dos Reis na entrada do Museu.

Politicamente talvez compreenda pois desta forma uma Obra de Soares dos Reis não fica abaixo das dos seus colegas. Mas sinceramente O DESTERRADO é uma figura muito pertinente da História Portuguesa ligada à Internacionalização.

 

«Quis Cristo que o preço da sepultura dos peregrinos fosse o esmalte das armas dos portugueses, para que entendêssemos que o brasão de nascer portugueses era a obrigação de morrer peregrinos: com as armas nos obrigou Cristo a peregrinar, e com a sepultura nos empenhou a morrer. Mas se nos deu o brasão que nos havia de levar da pátria, também nos deu a terra que nos havia de cobrir fora dela. Nascer pequeno e morrer grande é chegar a ser homem. Por isso nos deu Deus tão pouca terra para o nascimento e tantas para a sepultura. Para nascer, pouca terra; para morrer, toda a terra; para nascer, Portugal; para morrer, o mundo.»

Padre António Vieira - Sermão de Santo António aos Peixes 1654

 

 

       No entanto por outro lado, o MUSEU SOARES DOS REIS está mais lavado após as obras de restauro que ocorreram por 2001. Mas mais pela fachada o interior e recheio do SOARES DOS REIS é imponente.

Os Quadros de Mestre Silva Porto, fazem-me mergulhar no século XIX. Os retratos da Escola Portuense, merecem o máximo respeito, enfim tudo com o máximo de formalismo e etiqueta.

          A Exposição dos Sócios da Árvore, embora totalmente diferente sob ponto de vista formal, tem algumas afinidades com este ambiente. Essa Exposição foi preparada cuidadosamente com alguma carga irreverente com    textos eloquentes de Germano Silva , Miguel Veiga e a liderança de 3 Membros (Armando Alves, José Rodrigues, Jorge Pinheiro) do Famoso Grupo dos 4 Vintes.

Os Mestres José Rodrigues e Armando Alves são figuras incontornáveis do panorama Artístico Portuense. Vejo estes dois Artistas como trabalhadores incansáveis e infatigáveis que não recusam qualquer desafio.

        Conheço o Mestre Armando Alves, indirectamente desde há muito e sempre desejei ver uma uma Exposição Indivídual desse Artista e este ano pude satisfazer esse desejo e com enorme prazer. A sua exposição ÁRVORES foi e é claramente digna da poderosa   Naturalista Portuense e Portuguesa.   

Em 12 de Junho 2014, após várias tentativas, pude ouvir a voz do Mestre Mestre Armando Alves falando na exposição ÁRVORES.

Imediatamente veio à minha mete as palavras de Hugo Hofmannsthal   Março 1901 Galeria Bernheim-Filho rua Laffitte , após ver a rectrospectiva de Van Gogh aponta numa carta a prodigiosa emoção que lhe causaram as obras desse Pintor desconhecido para ele: "Fui assaltado pelo milagre incrível da sua   poderosa e violenta existência... cada Árvore , (...) Eu sentia por toda a parte a alma daquele que tinha feito tudo isso, que com essa visão se tinha respondido a ele mesmo para se libertar do espasmo brutal de uma dúvida terrível. , (" Carta 26 de Maio 1901 nos "Escritos em Prosa".)

 

                           Os   4 Vingtcents do MUSEU SOARES DOS REIS

     4 Mestres representados no MUSEU SOARES DOS REIS são contemporâneos do Mestre Vincent van Gogh   (1853-1890) .

     António da Silva Porto ( 1850-1893) Mais 3 anos

     Marques de Oliveira (1853-1927) mesma idade

     Sousa Pinto (1856-1939) menos 3 anos

      Artur Loureiro (1853-1932) mesma idade

    

       Eles brilharam no Porto e posteriormente foram para Paris mais ou menos na época em que   Vincent van Gogh (1876-1890).

-  Silva Porto ; esteve inclusive em Auvers-sur-Oise em 1876, que representou   numa tela presente no SOARES DOS REIS.

        - Artur Loureiro : trabalhou - como Vincent van Gogh embora numa suituação diferente na Loja Goupil de   Londres, também esteve e pintou em Auvers-sur-Oise (1885).

- Marques de Oliveira foi companheiro de Silva Porto em Paris

           Como Vincent queria posteriormente fundar uma Comunidade no Sul - o Famoso ESTÚDIO DO SUL - os 4 Vingtcents e os 4 Vintes deram grande impulso à Fundação da ACADEMIA DO PORTO e ÁRVORE, respectivamente.

                             

 

    Um dos Sonhos da Mestre Helena Amaral , era levar-me a mim a subir as escadas da Faculdade   de Belas Artes   do Porto.

               

     

 

Artigo do COMÉRCIO DO PORTO, 12/10/2002

   

        Pintura de Gouache

      

        Durante muito tempo desde que comecei a Pintar em 1984 até 2007, pintei em Gouache sobre papel. Sempre vi que o   gouache tinha poderes muito próprios. Nomeadamente em 3 pontos:

    - a nível da produção de novas tintas

- a nível de precisão

    - a nível de mostrar o poder da água

  

  

   Após 2000   tornou-se muito complicada a pintura de Gouache pois não havia a tinta Branca à   venda, durante muito tempo passei a pedir a minha Mãe e Avó que iam a Vigo e lá me traziam essa preciosa mercadoria de uma loja que já não existe (A VISO).

      Não me surpreendeu de todo que os meus 2 Quadros foram os únicos em Gouache sobre papel de toda   a XXVIII Exposição da Árvore.

 

 

 

 

3 fotografias na XXVIII Exposição da Árvore.

 

Mais me surpreendeu ver no Museu se bem que muito protegidos em   vitrinas , miniaturas fenomenais de Francisca d' Almeida Furtado   (1827-1918) - estas de Gouache - e   Auguste Roquemont (Génova, 2 de Junho de 1804 -- Porto, 24 de Janeiro de 1852).

 

 

  Auguste Roquemont talvez o grande impulsionador da Academia do Porto desapareceria em 1852 , um ano antes de Vincent van Gogh ter nascido 1853. Também foi em 1852 que os Americanos pediram ao Japão a sua abertura ao Mundo. Curiosamente 300 anos depois de S. Francisco Xavier   (o grande Missionário do Oriente) ter desparecido (1552).

 

O 2º Andar do SOARES DOS REIS

 

O MUSEU SOARES DOS REIS é na minha opinião - juntamente com o PALÁCIO DA BOLSA   - símbolo   máximo do Luxo Portuense e está muito acessível ao Público , cumprindo a tradição, de ser o Palácio Real Portuense.  

    Por exemplo, os quadros de   Reis D. Carlos e D. Manuel II que estão no   PALÁCIO   DA BOLSA , foram elaborados pelos já referidos Pintores Sousa Pinto e Marques de Oliveira presentes no SOARES DOS REIS.

 

   O MUSEU SOARES DOS REIS (Palácio das Carrancas) tem 3 andares.

No Rés do Chão encontram-se as Exposições Temporárias como a XXVIII   dos Sócios da Árvore.

No 1º andar a Pintura da escola Portuguesa (Auguste Roquemont, Francisca Furtado , Silva Porto, Artur Loureiro, Sousa Pinto, Marques de Oliveira, Henrique Pousão , entre outros ) , a Escultura Portuense

      Mas o MUSEU SOARES DOS REIS tem mais um nível de escadas que dá para um 2º andar que serviu de Aposentos Reais.

1846 - 1847 , Padre António Vieira e S. Francisco Xavier enfrentam mais uma tempestade tropical, a Guerra Civil Portuguesa.

Durante o cerco do Porto D. Pedro IV dormiu nas CARRANCAS e terá sido atingido por fogo vindo de Gaia.

 

 

 

 

No quarto onde dormiu D. Pedro IV no Cerco do Porto estão os BIOMBOS DE NAMBAN , esplendor máximo da Arte Japonesa que tanto inspirou Vincent van Gogh.

 

  Mais de que tudo, os BIOMBOS DE NAMBAN representam   a Globalização um encontro de Culturas, dado entre Portugueses e Japoneses, que cerca de 300 anos depois daria as Feiras Internacionais de Paris, que inspirariam e ditariam a Cultura Mundial.
Os BIOMBOS DE NAMBAN iriam por força da sua classe,resistir ao Massacre dos Jesuítas e expulsão dos Portugueses do Japão em 1639.

  Entre muitas inovações Portuguesas nesses Biombos - entre as quais as Caravelas e armas de fogo, está uma "marca" Europeia que é o animal doméstico (aparecem o Macaco e o Cão mas irá singrar mais este ultimo).

 

 

Lord e Biombos Chineses

 

  

Imagens da história o desenhador de Futebol

 

Imagens da história o desenhador de Futebol

    

  Sobremesa

 

  Van Gogh queixava-se das suas longas refeições em Auvers-sur- Oise em Casa do Dr. Gachet 4 ou 5   pratos.

     O PALÁCIO DAS CARRANCAS   testemunhou também as longas refeições do Marechal Soult que o escolheu para sua Residência Oficial no Porto, em 1809 durante as Invasões Francesas.

  Por mim próprio , recordo com nostalgia as Iguarias afrancesadas do GAMBAMAR que brilhou a uns cerca de 500 metros Noroeste das CARRANCAS - a Francesinha e o Charlote de Chocolate .

    Quando na Quinta-Feira (21/08/2014) vi uma enorme e feliz enchente de público no SOARES DOS REIS (PALÁCIO DAS CARRANCAS) fiquei extremamente alegre e veio à minha memória o Charlote de Chocolate do GAMBAMAR.

      

Mas o Sabor de Charlote de Chocolate seria reforçado quando na Visita à Feira do Livro do Porto, na Avenida das Tílias (Palácio de Cristal) vi um Stand da Cooperativa ÁRVORE. Senti uma Felicidade singular , pois significava que este sonho de Verão seria prolongado até 24 de Setembro (2014).

Mas esta Feira do Livro não foi de modo algum pouco impressionante! Na minha opinião, a mais fabulosa Feira do Livro de Sempre no Porto!

Os livros mais raros que eu já tinha desistido há muito de comprar apareceram e a um preço acessível.

Inacreditável e surpreendente! O Ar das Tílias pareceu-me mais poderoso que nunca!

A Feira de Livro do Porto 2014 teria cerca de 200 000 visitantes!

 

 

 

 

Mário David Cardoso   Fortunato